TRAPEZISTA
SÁBADO, 25 DE FEVEREIRO

Deixo-me ir na onda e subitamente ela traz-me a presença de Teresa Ricou – Teté – encabeçando uma minúscula multidão de cara pintada, num insólito desfile, Chiado abaixo, de personagens saídas de um circo. Com a poesia (triste) de Teté e um pouco do pragmatismo (saudável) de Teresa Ricou, ela abandona por uma fracção de segundo os seus companheiros, vem direita a mim, entrega-me um papel impresso com um sorriso aceso a dançar-lhe na cara branca. É um anúncio-informação da Escola de Circo.

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UM EMPREENDIMENTO AUDACIOSO E FASCINANTE
Albertine Santos

Há vinte anos, Teresa Ricou, mulher palhaço que encontrou e cultivou no circo a sua vocação de cidadã, reuniu os amigos e, juntos, delinearam um projecto.(…) O apelo do Chapitô é imediato. Evoca um sonho antigo que faz parte do imaginário de todos nós, adultos e crianças. Quem não gostaria de ultrapassar incertezas, libertar-se do senso comum e simplesmente ter a coragem e a capacidade de viver de forma mais autêntica, aberta e generosa ?!

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QUERIDA TÉTÉ
Jorge Martins

Mas essa capacidade de amizade não é o teu único traço maior. Devo dizer-te o quanto invejo essa tua espantosa capacidade de dar a volta por cima nas mais difíceis situações e sempre com um extraordinário bom humor e essa tua enorme tenacidade que te faz mover montanhas para chegares às metas e ultrapassá-las, e é esse o caso do Chapitô que inventaste, criaste, construíste e tens, depois, pilotado por entre escolhos e tempestades com um sucesso crescente.

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SENHORA DA BRANCA SAIA
Júlio Pomar

Revejo a Teresa Ricou, o busto erecto a sair da sua saia-bandeira, branca, incrivelmente branca, muito mais branca do que a que mais tarde usaria para compor a imagem da Tété, personificação do apetite doido de assumir em espectáculo público a nossa humana condição de palhaços pobres.

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UMA EXPERIÊNCIA EXEMPLAR
Eduardo Prado Coelho

Vinte e oito anos depois do 25 de Abril, temos algumas dificuldades em imaginar tudo o que se transformou. O que está converte-se numa espécie de evidência e encobre por completo aquilo que foi. A verdade é que nos custa conceber a simples possibilidade de alguém (relato uma experiência pessoal) querer entrar numa Faculdade acompanhado por uma colega que vestia calças e serem os dois impedidos, em nome dos bons costumes, pelo contínuo que estava à porta. E contudo, no curto-circuito das nossas existências, o 25 de Abril foi ontem. Tudo mudou, e no entanto não sentimos por dentro o tempo dessa mudança.
Isto é manifesto em todas as áreas da nossa vida – como mudaram os hábitos, como mudou a cena literária, como mudaram as formas de consumo, como mudou a vida de província, como mudaram as práticas quotidianas dos jovens, como as tecnologias alteraram o nosso quotidiano (desde o levantamento de dinheiro nos bancos à linha verde, passando pelas mensagens nos telemóveis), como mudaram as escolas, as praias, os aeroportos, os modos de viajar, as formas de namorar, as músicas que ouvimos ou a televisão que vemos.

Este é o blog da Teresa Ricou – a Tété, mulher-palhaço e fundadora do Chapitô.

O meu blog nasce em 2021. Mostrarei aqui parte das minhas reflexões sobre a vida, a liberdade, a criação e um mundo sem impossíveis. Do pensamento à acção, muito perto da felicidade, este é o meu caminho. Convido-vos a estar comigo nesta nova pista… para pensar convosco, conversar convosco e divertirmo-nos juntos!