Chapitando Jan.96

Também eu, se tivesse o dom da palavra, a facilidade do discurso político vos falaria de diálogo e de solidariedade. Também eu…Mas não, tenho por vezes a linguagem do cansaço, do desencanto, da mágoa de não fazer melhor. E ter de fazer. De decidir. De priorizar. Numa tentativa de contribuir à mudança da sociedade caduca, sem princípios e que está no final de um mandato de 100 anos para a sociedade que queremos. Qual? Estaremos nós interessados em mudá-la? Como? Seja o que for que queremos, nada se fará sem confronto, diálogo e construção. Tudo menos omitirmo-nos ou, serenamente, sermos espectadores hipócritas. Quase esgotei as palavras, o vento levou-as. Restam as paredes de uma casa em construção para os interessados continuarem a tarefa e se possam nela refugiar, aquecer, mas… Não adormeçam, os abutres espreitam-nos.

CHAPITANDO 96